quarta-feira, 28 de abril de 2010

Aula 10: Temas e problemas em educação

O tema requer originalidade, relevância e viabilidade. Procurar um assunto de interesse e conhecido para o autor.

Uma sugestão da nossa colega:

http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/monografias.htm

Aula 9: Cuidados para o pesquisador

A pesquisa é uma ação intencional e tem como objetivo ampliar nosso conhecimento sobre a realidade. Assim a pesquisa é uma produção de conhecimento para dar sentido à vida.

É comum que o pesquisador iniciante escolha assuntos que ele desconhece para pesquisar. O trabalho científico busca o desconhecido, mas não nesse grau de superficialidade, ele aprofunda o conhecido e revela novas possibilidades.
 
Todo material que for considerado útil para a vida profissional deve ser fichado.
O fichamento deve ter informações completas sobre o autor e obra, informações do contexto histórico, resumo da obra, objetivo, idéia do autor, referencial teórico, fontes do autor. Recomendações:
-Evitar longas transcrições (não compensa).
-Anotações de livros não precisam ser transcritos, apenas a página.
-As anotações devem ser guardadas em fichas e pastas apropriadas.
-Resumos das aulas em fichas ao invés de cadernos.
-Fazer transcrições e anotações no computador.
-Providenciar fichário e arquivo para o armazenamento
-Para passar o conteúdo de caderno para as fichas pode-se rever as anotações e ver o que se deseja manter.

A escrita nos trabalhos científicos
-Lembrar que o objetivo do trabalho é a iniciação científica assim a apresentação e metodologia são importantes.
-Concentrar-se nos grandes momentos: revisão bibliográfica, coleta de dados, organização dos dados, análise dos dados e redação.
-Escrever partes do texto separadamente depois junta-las articulando-as.
-Um texto tem que ter lógica: começo meio e fim.
-O corpo do trabalho são os resultados (escreve primeiro isso) introdução, metodologia e conclusão são adicionais.
-Usar linguagem simples, mas acadêmica.
-Objetividade na escrita (sem economia ou preguiça)
-Escrever para leitor desconhecido.
-Reler muitas vezes para correções.

O uso das referências (citações indiretas) e citações (citações diretas)
-Todas as idéias têm suas próprias palavras para evitar plágio, sempre fazer referencia ao autor.
-Deve fazer referencias e ter na parte referências todos os autores citados.
-Citações só se forem muito pertinente.
-Todos os autores lidos devem ser fichados com dados completos da obra.

Aula 8: O relatório de pesquisa

O relatório de pesquisa não é apenas mais uma etapa, ele é quem comunica os resultados, socializa o conhecimento.

Introdução (pode usar primeira pessoa do singular).
• Breve revisão bibliografia do assunto (conceitos e informação histórica).
• Revisão bibliográfica do tema.
• Encerrar a revisão bibliográfica com reflexões próprias.
• Apresentação resumida do trabalho (fazer ponte)
• Explicitação do problema contextualizando-o.
• Apresentação comentada das hipóteses.
• Encerrar a introdução com apresentação parte a parte da estrutura da monografia.
• Forma resumida a justificativa (como ponte). Ex. no capitulo um trata-se de... no II.


Apresentando metodologia do trabalho
• Reflexão teórica sobre o caráter qualitativo e da metodologia escolhida.
• Descrição detalhada de todos os procedimentos (não descrever resultados) ex. quantas entrevistas, duração das entrevistas, quantos participantes em que local.


Corpo do trabalho (resultados e discussão). Dividir em capítulos.
• Descrever detalhadamente os dados coletados (fala dos entrevistados, etc.) utilizar ou não tabelas.
• Analisar e interpretar os dados coletados organizados em subcategorias utilizando contribuições de diferentes autores. A ordem é a apresentação dos dados e depois a discussão.
• Encerrar a discussão dos dados com uma interpretação própria sobre o assunto. Não é uma posição pessoal e artificial, mas uma interpretação fundamentada nos estudos, sem precisar citar autores.


Conclusão (demonstrar que os resultados possuem importância para o problema)
• Todo o trabalho resumido (principalmente resultados e discussão).
• Reflexão própria sobre o trabalho final pode-se utilizar os objetivos para isso.
• No caso de TCC falar sobre a importância do estudo para o profissional.

Aula 7: Normas para redação

Na pesquisa qualitativa não basta descrever a realidade observada, mas interpretar.
É preciso apresentar todas as suas idéias com suas próprias palavras, mesmo que baseado em outros autores, por isso deve haver citações para evitar plágio.
O ideal é que faça articulações entre uma parte e outra do texto (pontes) e limpeza no texto (eliminar repetições desnecessárias).
Evitar afirmações categóricas como "o mais importante" usar no lugar "um dos aspectos importantes".

Normas gerais para redação da ABNT:

Elementos pré-textuais:



• Capa (obrigatório)
• Lombada (opcional)
• Folha de rosto (obrigatório)
• Errata (opcional)
• Folha de aprovação (obrigatório)
• Dedicatória (opcional)
• Agradecimento (opcional)
• Epigrafe (opcional)
• Resumo (obrigatório)
• Abstract (obrigatório)
• Lista de ilustrações (opcional)
• Lista de abreviaturas e siglas (opcional)
• Sumario (obrigatório)


Elementos pós-textuais:


• Referência (obrigatório)
• Glossário (opcional)
• Apêndice (opcional) o que foi elaborado pelo próprio autor
• Anexo (opcional) extraídos de outras fontes
• Índice (opcional)

Aula 6: O processo de pesquisa

Aprende-se a pesquisar, pesquisando. Os conhecimentos metodológicos são apenas caminhos seguros para ter como base. Assim o processo de pesquisa apesar dé único em geral segue algumas grandes etapas:

- Compreensão mais aprofundada do tema por meio de outros autores
- Conhecimento da realidade a ser interpretada pela coleta de dados
- Sistematização dos dados para facilitar a análise
- Discussão e interpretação dos dados
- Registro de todo o processo

Revisão bibliográfica
Processo permanente até o final da pesquisa. É preciso tomar cuidado para não transformá-la em uma colcha de retalhos, é preciso posicionar-se diante do que encontra na literatura sobre o tema. Pode ser feita em bibliotecas ou sites, mas sempre fazer registro catalográfico de tudo o que lê.

Coleta de dados
Nesta etapa é preciso ter flexibilidade, pois pode precisar mudar a metodologia, técnicas e instrumentos. A primeira providência ao entrar no campo é aproximar-se dos sujeitos, compreender o significado do estudo para os participantes.
A todo momento ter análises preliminares dos dados, potencializar o que realmente interessa e secundarizar informações desnecessárias.

Organização dos dados
Leitura exaustiva dos dados para encontrar elementos comuns e agrupá-los para facilitar a análise. Os dados organizados podem aparecer em tabelas, gráficos, ilustrações para facilitar a compreensão.

Análise dos dados
Interpretar e analisar os dados utilizando contribuições de diferentes autores sobre isso. Esforço do pesquisador para mostrar relevância científica na pesquisa.

Redação final
Deve ser clara, precisa, simples, porém acadêmica e sóbria (sem linguagem coloquial ou pretensamente sofisticada).


Aula 5: O projeto de pesquisa

As pesquisas em educação contribuem para a capacitação do educador, ter um ensino de qualidade e uma sociedade mais justa e igualitária. Para ter relevância social é preciso qualidade científica.

Roteiro do projeto de pesquisa:
- O que pesquisar? (problemas, hipóteses e referência teórica)
- Por que pesquisar? (justificativas)
- Como pesquisar? (metodologia)
- Quando pesquisar? (cronograma)

O assunto é a abordagem mais geral, o tema é mais específico, é uma problematização do assunto. A introdução deve ter uma revisão bibliográfica sobre o assunto de modo objetivo, o tema, e tomar posições acerca das diferentes concepções sobre o objeto.

A justificativa é a importância do estudo, qual a relevância social (prática) e científica (teórica). O estudo não precisa ser inédito, mas deve ter um significado próprio.

O objetivo é uma meta, uma ação a ser realizada. Não deve apresentar um número muito grande de objetivos, apenas os que forem pertinentes; eles devem estar articulados e em sequência; devem ter o verbo no infinitivo (identificar, analisar...)

O problema é a parte mais específica do tema. É uma pergunta sobre o tema.

As hipóteses são respostas provisórias ao problema que vão nortear a investigação. É uma solução provisória ao problema que precisa ser comprovada ou não com a pesquisa.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Aula 4: Técnicas e Instrumentos

Leitura é uma técnica de pesquisa que exige sistematização. Diretrizes:
- Delimitação da unidade de leitura: dividir o texto em capítulo, seção, etc. para aprofundar-se em cada parte do texto.
- Análise textual: primeira leitura corrida sem aprofundar-se. Proporciona uma visão geral e esquematizar a unidade (não é um resumo, são itens, esquemas).
- Análise temática: compreensão das idéias do autor sem se posicionar a respeito.
- Análise interpretativa: Concordar ou discordar do autor.
- Problematização: sistematizar nossas próprias indagações em relação ao texto.
- Síntese pessoal: um novo texto com redação própria (não são opiniões, mas síntese do tema analisado e discutido).

Observação é mais usada em pesquisa de campo. É uma técnica espontânea, mas precisa de sistematização. Por muito tempo acreditou-se que o pesquisador deveria ser neutro. Mas o pesquisador sempre interfere no campo e é influenciado por ele. A neutralidade é impossível. Cuidados:
- Investir na aceitação e criar vínculos para um bom resultado da pesquisa.
- Delimitar o campo de coleta de dados.
- Planejar a atividade (roteiro de observação).
- Registrar o observado (diário de campo).

Entrevista e questionário é muito usado em pesquisa qualitativa e de campo. A entrevista estruturada são questões fechadas (grau máximo é o questionário). A entrevista semi-estruturada as questões são apresentadas de forma livre (tem roteiro, mas depende do entrevistador e entrevistado).

Análise de conteúdo é mais usada em pesquisa documental, onde filtra o que é pertinente em cada documento decompondo o texto em unidade léxicas, ou conotações, ou significados, etc.

Planejamento participativo (dialógico) é uma tomada de decisões em conjunto. O planejamento deve ser construído pelo próprio grupo.

Observações:
Ainda acho mais fácil trabalhar com entrevistas e questionários, parece que os dados estão ali mais palpaveis e mais "neutro", apesar de saber que a neutralidade não é possível, mas são as palavras dos sujeitos e não as minhas que estão nas entrevistas e questionários...
Preciso quebrar paradigmas... hehehe

Aula 3: Modalidades de pesquisa

Em educação utiliza-se a pesquisa qualitativa onde a compreensão do conteúdo (significados profundos) é mais importante que a descrição ou explicação dos dados aparentes. O pesquisador não é só observador dos fenômenos, ele é o principal instrumento de investigação.

Fonte de dados indica a modalidade da pesquisa:

  1. Pesquisa bibliográfica: é diferente da revisão bibliográfica que deve ter em todos os tipos de pesquisa. Aqui o diálogo é com os autores. Sua principal técnica é a leitura (interpretar = tomar uma posição própria a respeito das idéias apresentadas) e seu principal instrumento o fichamento.

  2. Pesquisa de campo: a fonte de dados é o próprio campo onde ocorrem os fenômenos. As técnicas mais comuns são observação e entrevista, instrumento mais usado é o questionário.

  3. Pesquisa documental: Fonte de dados são documentos.

  4. Pesquisa-ação: é ao mesmo tempo investigador e educador. Valoriza as experiências.

Etapas da pesquisa:
- Delineamento da pesquisa: elaboração do projeto.
- Revisão bibliográfica: para se apropriar mais do objeto de estudo.
- Coleta de dados: depende do tipo de pesquisa.
- Organização dos dados: Estudo exaustivo, organizando em categorias.
- Análise e interpretação dos dados: Discussão dos dados obtidos.
- Redação final.

Observações:
Aqui diz que o tipo de pesquisa não deve engessar, mas servir como referência, assim devem-se construir práticas inovadoras de pesquisa. Neste caso, mesclar diversos tipos de pesquisa, ou de repente até fazer uma pesquisa puramente quantitativa em educação não é "absurdo", ou será que a avaliação do TCC vai ser afetada por isso?

Aula 2: O trabalho científico

O maior problema da ciência não é o método, mas a interpretação da realidade. As escolhas que o cientista faz não são neutras, dizem respeito à sua subjetividade. A ciência confere prazer intelectual a quem a realiza e contribui para a sociedade. Mas a ciência não produz verdades absolutas, ela aproxima-se da realidade, mas suas verdades são provisórias. Assim ela é um processo.

A relevância científica e social é o aspecto mais importante da pesquisa. A principal função social da pesquisa em educação é produzir conhecimento para construção de processos educativos de qualidade.

Princípios para a pesquisa ser científica:
- Caracterização do objeto com rigor e clareza;
- Conhecimento científico difere de crenças e opiniões;
- O trabalho científico é mais do que uma coletânea de dados;
- É fruto de um diálogo entre teoria e instrumentos técnicos.

O processo de pesquisa obedece a três principais dimensões:
- Escolhas teóricas
- Técnicas
- Criatividade do pesquisador

A metodologia é o caminho a ser trilhado pelo pesquisador, inclui técnicas e instrumentos.

A pesquisa é a mair importante atividade nas universidades brasileiras. É a principal função social do ensino superior. A pesquisa em graduação são os relatórios de pesquisa e TCC. No latu sensu são monografias e TCC e no stricto sensu são dissertações no mestrado e tese no doutorado.

No latu sensu a iniciação científica visa mais a formação profissional do que a formação de pesquisadores.

Todo educador tem o dever de fazer pesquisa. Produzir conhecimento para sua ação. Deve trazer oportunidade de ação - reflexão - ação.

Observações:
Eu concordo com o texto no que diz que a pesquisa proporciona prazer intelectual a quem a produz. O problema são as exigências e prazos. A pesquisa acaba sendo encarada como uma burocracia para concluirmos um curso, seja de graduação ou pós-graduação, é dificil sentirmos prazer enquanto estamos preocupados com a nota... rsrsrs.
Fazer pesquisa para apresentação em congressos e encontros científicos é uma experiência completamente diferente do TCC, isso sim é uma produção de conhecimento e troca de conhecimentos. Alguém já experimentou?

Alguns eventos:








Aula 1: O que é pesquisa?

A função da pesquisa é interpertar o que vivemos, é um processo de produção do conhecimento sobre a realidade. Apesar de ser teórica, ela primeiro foi um problema na vida prática.

O conhecimento é um mecanismo de compreensão e transformação do mundo. Precisamos conhecer para agir. Agir sobre o mundo para transformá-lo exige compreensão daquilo. O conhecimento nunca é neutro. Ele pode estar a serviço do controle e por isso ser opressor, ou pode atuar de acordo com as necessidades e vontade de todos os envolvidos, neste caso é libertador.

A pesquisa em educação é qualitativa, pois em ciências humanas nem sempre é possível quantificar significados, aspirações, crenças, valores, assim a pesquisa dos fenômenos humanos preocupa-se muito mais em interpretar do que descrever estes fenômenos. A pesquisa quantitativa da ênfase a dados visíveis e concretos, a qualitativa se aprofunda naquilo que não é aparente, nos significados.

Observações:
Aqui surgiu uma dúvida. Segundo o texto, parece que a única maneira de fazer pesquisa em educação é através da pesquisa qualitativa, isso quer dizer que a pesquisa quantitativa é "proibida" nesta área de conhecimento? Não é possível mesclar, utilizar entrevista quantitativa e qualitativa juntas?

sábado, 24 de abril de 2010

Prova Online

Não fiz a prova online ainda, mas gostaria de postar o que é pedido em Introdução à Psicopedagogia antes de passar para outra disciplina.

Uma colega nossa já fez a prova e disse que são 4 questões de múltipla escolha. Cada questão vale 0,5. Não sei dizer se todas as provas contém as mesmas questões.

Boa sorte a todos.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Aula 15: Escola inclusiva

O Congresso Mundial de Educação para Todos (1990) teve duas metas:
- Erradicação do analfabetismo em 10 anos
- Universalização do Ensino Fundamental.

Em 2000 a UNESCO estabeleceu 6 metas:
- Expandir e melhorar a educação, principalmente para crianças em vulnerabilidade social.
- Assegurar a todas as crianças (meninad minoria étnica) acesso a educação primária.
- Assegurar aprendizagem igual com programas apropriados.
- Atingir até 2015 aumento de 50% de alfabetização de adultos.
- Atingir até 2015 igualdade de gênero no acesso a educação básica.
- Melhorar todos os aspectos relacionados a qualidade na educação.

Para êxito na escola inclusiva há duas questões:
- Formação de professores: é preciso que os cursos aliem a teoria com a realidade prática. a formação fragmentada aposta no indivíduo e prejudica a articulação interdisciplinar do curriculo.
- Projeto político pedagógico: o projeto é coletivo, é preciso diagnosticar a demanda, integrar áreas de saber. Essa programação atende uma determinada clientela e por isso não dá para utilizar o mesmo projeto em outra escola.

A educação inclusiva deve melhorar nossa capacidade de vivermos juntos.

Aula 14: Inclusão escolar

A inclusão não envolve apenas alunos com necessidades educacionais especiais, mas também sua família, professores e comunidade.

Quanto mais cedo as crianças tiverem contato com grupos diferentes, mais rápido farão os processos de integração com ajuda mútua.

A inclusão vem dos princípios de justiça e igualdade, onde todos tem direito à acesso à educação nas mesmas condições. Antes usava-se o modelo médico de integração, onde a diferença deveria ser superada.

1° marco: Conferência Mundial de Educação para todos (UNESCO) 1990.
2º marco: Declaração de Salamanca - 1994 que tem como objetivo:
- Atender alunos especiais em escolas próximas de sua casa.
- Ampliar o acesso desses alunos em classes comuns.
- Fornecer capacitação aos professores para atendimento de qualidade.
- Favorecer a aprendizagem em conjunto, porém com objetivos e processos diferentes.
- Professor deve utilizar formas criativas para que todos aprendam.
3º marco: LDB - 1996.

Professores que vêem a inclusão de modo positivo, destacam a solidariedade e a aceitação como fatores importantes na relação.

Professores que vêem a inclusão de modo negativo, relatam problemas:
- Estruturais: turmas muito grandes o que impede um atendimento individualizado, múltiplas jornadas de trabalho que limitam o tempo para busca de informações. Estes problemas estão sendo usados como justificativa para não trabalhar a inclusão.
- Problemas causados pelas peculiariedades dos alunos: falar que o aluno especial cessa o trabalho em grupo é preconceituoso, ele tem capacidade de criação também, apenas a comunicação pode ser diferente.

Observações:
Os professores provavelmente não percebem que estão sendo preconceituosos em sua prática e que desta forma acabam segregando o aluno com necessidades educacionais especiais.
É como foi dito no texto, baseado em uma cultura capitalista parece besteira investir na educação de uma pessoa improdutiva. Isso soa pesado, mas esta introjetado em nós.

Aula 13: Intervenção individual e coletiva

Para existir um ensino diferenciado é preciso acentuar as desigualdades. Salas homogêneas ajudam a segregar os alunos que já chegaram na escola em desigualdade social. As diferenças biológicas, psicológicas e sociais existem, mas só se tranformarão em problemas de aprendizagem em um ensino discriminativo. A educação sob medida é a ambição.

A avaliação escolar tende a ser por comparação, no entanto, o aluno que fez um texto simples aprendeu, assim como o aluno que fez uma dissertação complexa também aprendeu (com maior competência). É preciso deixar de ver o que falta no aluno que fez um texto simples e ver o que já avançou.

A escola deve desafiar o aluno. Ao trabalhar com grupos co-operativos não está deixando de lado o indivíduo, os alunos aprendem questionando, tendo dúvidas. As crianças tem potencial para interagir entre iguais de modo cooperativo, mas com os adultos elas interagem como se fossem inferiores (respeito unilateral). É na interação com iguais que elas dão sentido ao que aprendem. O conhecimento desprovido de sentido desaparece depois da prova.

O professor deve estabelecer um contrato de trabalho com os alunos de modo a propor uma aprendizagem democrática.

O professor deve romper com a repetição de exercícios para os mais lentos e excesso de oportunidades para os mais rápidos. Ele deve criar situações em que os mais lentos precisem mostrar sua agilidade mental e os mais rápidos encontrem na velocidade um impedimento.

Deve-se também, romper com a remediação, onde se esquece dos alunos lentos durante o bimestre para recuperá-los depois.

Observações:
Aqui surgem idéias concretas que podem ser realizadas no sistema de aprendizagem.

Aula 12: Intervenção no processo de ensino

Mesmo que se possa aprender com máquinas, o ensinante tem um papel importante, pois se aprende na relação, ele autoriza o aprendente a ser sujeito pensante e este tem o prazer da autoria na aprendizagem.

1ª Intervenção Psicopedagógica: Mostrar a diferença entre saber e conhecimento.
O conhecimento é transmissível de modo indireto (livros ou máquinas), o saber não. O saber dá poder de uso. Exemplo:
- Eu sei dirigir (pode pegar o carro e sair).
- Eu conheço como dirigir (deve ter lido o manual do carro).

2ª Intervenção Psicopedagógica: Indicar como ocupar o lugar de ensinante e abrir espaço para aprender. A função principal do professor não é fornecer informação, mas espaço adequado para construção do conhecimento.


3ª Intervenção Psicopedagógica: O ensinante entrega ao aprendente o instrumento (bicicleta), mas não o que ele usa. Não entrega o conhecimento (andar de bicicleta), mas o instrumento.

4ª Intervenção Psicopedagógica: (o pai segura a bicicleta e não a menina). O ensinante deve estar seguro de si, seu êxito não deve depender da aprendizagem da criança.

5ª Intervenção Psicopedagógica: A criança deve ser mediadora do contato entre pais e professores, deve participar da reunião de pais.

6ª Intervenção Psicopedagógica: Espaços de aprender, brincar e trabalhar. A escola é o espaço intermediário entre o brincar da criança e o trabalhar do adulto.

Observações:
Penso que aqui o professor foi responsabilizado um pouco pelos problemas de aprendizagem, visto que ele deve modificar seu ensinar, ou a forma de ver a aprendizagem para evitar o fracasso escolar.
Acredito que cada um deve responsabilizar-se,  para que possa ter mudanças efetivas.



sábado, 17 de abril de 2010

Aula 11: Propostas para educação inclusiva

Ninguém quer ser tratado como diferente.

A abordagem ideal dos "inclusivistas" é considerar os usuários como cidadãos com direito a autonomia (empowerment).

Os professores devem ter formação que não envolva apenas conteúdo lógico, mas questões sociais (pobreza) e culturais. Os cursos para educadores ainda tem uma abordagem abusivamente teórica.

Adequação curricular individualizada (ACI) surgiu na Espanha e tem a função de:

  • Estabelecer conexão entre avaliação psicopedagógica e programação individual.

  • Preparar situações educacionais regulares e especiais.

  • Proporcionar ao aluno o máximo possível e ambiente menos restritivo.

  • Eliminar quando for conveniente situações especiais (ser o mais normal possível).

  • Responder ao aluno de modo claro para que todos os envolvidos no desenvolvimento deste possam participar da tomada de decisão.

A ACI inclui:

  • Avaliação psicopedagógica: nível atual de competência do aluno em relação ao curriculo.

  • Proposta curricular: "o que", "como" e "quando" ensinar.

  • Promoção do aluno: avaliar os esforços realizados pelo aluno.
Os alunos de uma turma têm diferentes comportamentos e limitações, assim para prevenir problemas de aprendizagem o professor deve preparar diferentes situações para que se adeque a todos os ritmos de aprendizagem da turma.

Para existir educação inclusiva é preciso modificar os objetivos da educação que a principio é cognitivo e igual para todos os alunos tendo como referencial um aluno "médio".

Na metodologia tradicional (educação bancária) a comunicação é unidirecional centrada no professor que transmite um conhecimento acabado. Em metodologias ativas, onde o aluno é o protagonista, a comunicação é reciproca (dialógica). É preciso uma aprendizagem significativa.

Na avaliação deve-se ressaltar o que o aluno vêm construindo e não o que lhe "falta".

Aula 10: As "queixas" das escolas

As "queixas" são sobre os alunos, a família e os professores das séries anteriores. Geralmente a queixa é uma defesa psiquica que protege o professor da frustração de não conseguir êxito com todos os alunos.

1ª queixa: Nas turmas há sempre muitos alunos que não conseguem aprender
Segundo o Conselho Nacional de Educação precisam de Educação especial:
  • Com limitações não vinculado a causa orgância
  • Com limitações vinculadas a causa orgânica
  • Dificuldade de comunicação: deficiente visual, auditivo, etc.
  • Superdotado, por ter condições de aprofundar deve ter desafios suplementares.
A educação especial deve ser feita em ensino regular. Ela tira o foco do aluno e foca as respostas educacionais que eles demandam. Não se fixa no que há de especial na educação, mas flexibiliza para atender a todos.

2ª queixa: Os alunos geralmente não se comportam bem na escola, não tem limites, não obedecem.
É preciso diferenciar disturbios de conduta (comportamentos típicos de portadores de síndromes e quadros psicológicos que ocasionam atraso no desenvolvimento e prejuizo no relacionamento social, ex. esquizofrenia, Rett, autismo, TDAH, etc.) de indisciplina (está depende do quanto a escola é conservadora e estabelece limites).

3ª queixa: Os alunos não respondem com interesse às propostas que a escola se esforça em elaborar.
Motivação é a pré-disposição (fator externo) com que o sujeito trabalha. O conhecimento nem sempre é prioridade para o estudante e isto deixa o professor frustrado. Hoje com o boom da mídia, a escola tem que se esforçar para parecer mais interessante.

4ª queixa: É dificil avaliar a aprendizagem dos alunos
Há uma burocracia de notas e prazos que prejudica a visão da avaliação como um "processo". Dificulta também as salas superlotadas e as multiplas jornadas de trabalho do professor.

O psicopedagogo é o profissional que "trata" ele influência no auto-conhecimento (identidade), motivação, auto-controle (emoções), empatia, habilidades cognitivas, competência social.

Observações:

"A queixa é uma defesa psiquica que protege o professor da frustração de não conseguir êxito com todos os alunos".
O que vocês acham?


quarta-feira, 14 de abril de 2010

Aula 9: Esses alunos que não aprendem

É dificil medir o quanto cada aluno está aprendendo. Cada um tem o seu tempo e alguns nada aprendem (fracasso escolar). Há ainda os que aprendem mais rápido se desinteressando e tendo problemas de disciplina.

Com a Escola Nova parou-se de localizar no aluno o problema. Não procurava-se a causa, mas trabalhava-se as dificuldades de aprendizagem. Há uma ênfase na diversidade dos alunos.

Autores citam 4 fatores pelo fracasso escolar: pedagógico, social, médico e psicológico.

O fracasso escolar é visto pela repetência e evasão escolar. Fala-se muito das consequências do fracasso escolar, sem buscar as causas. Ainda há uma tendência em culpabilizar o aluno pelo fracasso e assim responsabilizar a família e os profissionais de saúde pelo problema e não a escola. Para entender as crianças que "aprendem diferente" é preciso que os professores ressignifiquem a aprendizagem, que não é linear.

Pode-se fazer duas leituras do fracasso escolar: Negativa (o que falta, carencias) e Positiva (o que está acontecendo com esse aluno?). As escolas ainda não conseguem ver o problema de modo positivo. O fracasso escolar não resulta apenas da dificuldade de aprendizagem do aluno, mas também da dificuldade de ensino do professor.

Observações:

Sabemos que o problema não está no aluno, que não devemos responsabilizá-lo pelo fracasso escolar, devemos então responsabilizar a quem?
Professor? Metodologia? Sistema? Família? Sociedade?
Não responsabilizamos ninguém, pois as dificuldades de aprendizagem são multifatoriais. Se a "culpa" não é de ninguém, ninguém tem a responsabilidade de fazer algo para mudar, é como se tudo existisse apenas no discurso, existe o problema, todos sabem que sim, mas o que fazer para mudar?
Ah... isso não depende de mim, depende de múltiplos fatores e acaba que ninguém faz nada.
Não é isso que vemos se repetir ano após ano desde que as discussões sobre o fracasso escolar começaram?

terça-feira, 13 de abril de 2010

Aula 8: Normalidade a anormalidade

Critérios para definir o normal:

-Teleológico: verificação dos objetivos e valores que regem a conduta do ser humano.
-Estatístico: o que é mais frequente na maioria.
-Clínico: ausência de sintomas orgânicos.
-Constitucional: posse de genótipo perfeito, sem predisposição a anormalidades.
-Sociológico: ajustamento ao grupo social.
-Criminológico: não transgressão das leis.
-Médico-legal: capaz de gerir civilmente as próprias ações.
-Valorativo: há um desejo em ser diferente e se destacar, assim já contradiz o critério estatístico. Completo bem-estar, segundo a OMS.
-Intuitivo: são mobilizados ser ser percebido racionalmente.

Qualquer critério isolado é incompleto. É através da avaliação que definimos o normal e comparamos os alunos. A diferença é geralmente confundida pelos professores com desigualdade e para superá-las segregamos os alunos.

Os alunos com necessidades especiais de educação são de 3 tipos:
-Altas habilidades: acima da média.
-Condutas típicas: alteração do comportamento com dificuldades no relacionamento.
-Deficiências: comprometimento físico, sensorial ou mental.

Observações:

Acredito que o critério mais utilizado para definir o que é "anormal" e que por isto precisa de tratamento seja psicológico, psicopedagógico ou uma didática diferenciada é a comparação.
Geralmente há um aluno na sala que se destaca e que elegemos como modelo de desenvolvimento, os alunos que se desenvolvem parecidos com aquele "modelo" é o que define o nosso êxito como professores.
Não é assim?

Aula 7: Psicologia e pedagogia

A psicologia tem dois tipos de contribuição para a educação:

  • Científica: campos específicos de investigação que remete a psicologia educacional.

  • Profissional: o psicólogo escolar introduziu práticas psicológicas na escola.

Patto destaca 3 marcos históricos na aproximação entre psicologia e educação:

  • 1914: criação do laboratório de psicologia pedagógica (enfoque psicométrico).

  • 1938: criação da clínica de orientação infantil (higiene mental).

  • 1954: setor de psicologia clínica no departamento de educação (problema no aluno).

A Psicologia escolar com ênfase clínica desenvolvia:

  • Diagnóstico educacional (do nível dos alunos).

  • Recuperação educacional (melhorar rendimento).

  • Diagnóstico da personalidade.

  • Tratamento psicológico.

A psicologia da educação estuda o desenvolvimento humano; compreensão dos motivos, afetos e influências sócio-emocionais na aprendizagem; relações sociais (as que envolvem o conteúdo e as que envolvem a socialização); aprendizagem escolar e não escolar; aprendizagem de mim mesmo e do outro, envolvimento com o outro.


Atuação da psicologia na escola:

  • Consultor: orienta e treina professores.

  • Especialista: busca na teoria aplicações.

  • Ergonomista: planeja o ambiente educacional.

  • Modificador do comportamento: ênfase Behaviorista.


Observações:

Quem lê pode pensar que eu "puxo a sardinha pro meu lado" já que tenho formação em psicologia. Mas a ação do psicopedagogo e psicólogo dentro da escola é muuuuito parecida.
Quando diz que a pedagogia concentra-se na didática, a psicologia no distúrbio e a psicopedagogia na pessoa como um todo, está tendo uma visão muito simplista das três "ciências".
A psicologia não é só distúrbio. Assim como a pedagogia não é só didática. Pedagogos podem falar sobre isso melhor do que eu.

Aula 6: Campos de ação profissional


O trabalho do psicopedagogo na escola:

  • Orientação educacional e psicopedagógica.

  • Elaboração de materiais didáticos e curriculares.

  • Avaliação de programas e projetos pedagógicos.

  • Planejamento e gestão escolar.

  • Formação de professores.

  • Pesquisa educacional.

A revolução didática é criar situações de aprendizagem que vão desestabilizar o aluno para construir o novo conhecimento. Na sala de aula o psicopedagogo pode escolher situações (jogos, dramatizações, etc.), auxilio ao aluno quando ele entra na situação (o professor que deve discernir sobre quem está compreendendo e quem não está, o psicopedagogo é um apoio teórico) e avaliação.

Outras práticas educativas:

  • Serviços em centro comunitário, adoção, conselho tutelar, penitenciaria, etc.

  • Educação de jovens e adultos.

  • Terceira idade.

  • Formação profissional.

  • TV educativa e programas educativos multimidia.

  • Campanhas educativas.

  • Indústria e empresa.

Psicopedagogia clínica:

  • Consultórios, clínicas e hospitais.

  • Clínicas destinadas a terceira idade.

Observações:

Diferenciar o trabalho do psicólogo escolar, psicopedagogo, orientador pedagógico, etc.. etc.. parece que quanto mais tenta diferenciar, mais eles se misturam... não há limites claros ainda. O que o psicopedagogo faz nestes ambientes, outros profissionais também fazem...

Aula 5: Psicopedagogia Legislada

A ética é a parte da filosofia que busca refletir sobre o comportamento humano e tem como objetivo elaborar principios de vida capazes de orientar o homem para uma ação moralmente correta e refletir sober os sistemas morais elaborados pelo homem.

O código de ética profissional foi criado em 1996 pela ABPp e tem 20 artigos. Ressalta o trabalho interdisciplinar e a necessidade de formação continuada e supervisão (*ver final do post)

O reconhecimento da profissão do psicopedagogo passou por uma fase de sustentação teórica baseado na Psicanálise, Psicologia Social, Psicologia Genética e Neuropsicologia. A segunda fase foi criada uma organização profissional em 1980. A terceira fase é criar uma lei federal que ainda não foi aprovada.

Alguns municipios tem legislação própria sobre a psicopedagogia que exige que cada escola tenha um psicopedagogo atuando.

Observações:

O código de ética na íntegra pode ser acessado:


Bom, como foi descrito no texto, os pilares da psicopedagogia são teorias psicológicas, assim o código de ética é bem similar ao código de ética do psicólogo. Se alguém quiser conferir está aqui:



segunda-feira, 12 de abril de 2010

Aula 4: Teorizando a ação

A Psicopedagogia não tem uma teoria, tem apenas uma práxis.

O Behaviorismo Reflexológico (da Psicologia) diz que podemos atuar nos estímulos e assim controlar o comportamento. O erro é visto por estes teóricos  como uma associação mal sucedida entre estímulo e resposta. A crítica levantada a esta teoria é que não existe nada (nenhum mecanismo) entre o estímulo e a resposta.

O cognitivismo coloca a consciência e atenção como entidades entre o estímulo - resposta, mas crê que pode controlar essas entidades.

Algumas perspectivas simplificam a complexidade do aprender (*ver final do post). Assim como a medicina que com laudos justificam o fracasso escolar. 

Há duas possibilidades teóricas de pensar a aprendizagem:

  • Monádicas: o indivíduo desde o nascimento tem potencial que se desenvolve naturalmente com a maturação, assim cabe ao ambiente dar ou não recursos necessários para o bom desenvolvimento.

  • Diádicas: enfatiza a inter-relação indivíduo - sociedade.

A teoria freudiana traz outra forma de pensar: o organismo funciona como suporte do significante (representações inconscientes que se relacionam entre si e compõe o nosso corpo). Assim o potencial psicomotor não vem do biológico, mas do significante.

Observações:
Bom, os problemas de aprendizagem são multi-fatoriais e multi-causais certo?

No texto diz que algumas perspectivas simplificam a complexidade do aprender, como se estas teorias fossem "erradas" e que precisam ser superadas. 
Ao meu ver, são formas diferentes de ver o mesmo problema.

Sei que a psicopedagogia no Brasil recebe influência da Argentina e este país é na grande maioria psicanalítico. A Psicologia já tem muitas brigas teóricas entre behaviorismo, psicanálise, humanismo, entre outros, no entanto, cada abordagem teórica é uma visão de mundo e existem inúmeros psicólogos no Brasil que utilizam a abordagem behaviorista em sua atuação.

Se existe esta possibilidade de "escolha" entre a abordagem teórica utilizada na Psicologia, porque o texto traz como se a psicanálise tivesse "superado" o Behaviorismo.

Para mim são duas possibilidades possíveis. Só isso.

Aula 3: A crescente profissionalização

O Psicopedagogo pode trabalhar com prevenção, ou terapêutico. Pode vincular-se à instituições (escola, hospital, etc) ou fazer atendimento individual (consultório), mas em todos os casos deve ser interdisciplinar.

É muito grande o número de alunos com dificuldades de aprendizagem, então o psicopedagogo precisa saber como o aluno constroi o conhecimento e quais os instrumentos que utiliza para isso, levando em conta a cognição, afeto, professores e interação com outros alunos. Precisa também distinguir entre as dificuldades que revelam "sintomas" (trabalho do psicopedagogo) das "reativas", oriundas de reação emocional (trabalho do psicólogo escolar).

No trabalho clínico Bossa aponta a importancia da "transferência" (termo da psicanálise). No trabalho preventivo a instituição é o objeto de estudo.


  • Na 1ª fase da Psicopedagogia o objeto de estudo era a reeducação e a aprendizagem era avaliada em função das deficiências apresentadas, o foco era o indivíduo e não a aprendizagem, a atuação baseava-se em superar essas dificuldades do aluno. Buscava-se reduzir as diferenças e homogeneizar as salas de aula.

  • Na 2ª fase, com influência de Freud e Piaget, leva-se em conta a singularidade e a diversidade dos alunos na sala de aula. Assim o objeto de estudo é o sujeito "aprendendo" (aprendizagem é um processo contínuo).

  • Na fase atual acredita-se em um equipamento biológico com características afetivas e intelectuais próprias, participando ativamente no processo de aprendizagem e interferem na relação sujeito-meio.

Para Bossa, prevenir tem diferentes níveis:

  1. Tem o objetivo de identificar as dificuldades institucionais e atua sobre elas antes que provoquem danos (questões didáticas, formação de professores, aconselhamento de pais, etc).

  2. O objetivo é diminuir e tratar problemas já instalados, assim há uma análise diagnóstica da instituição e um plano de intervenção (avaliação de currículo, didática utilizada, etc).

  3. Neste nível pretende-se eliminar os transtornos já instalados de modo clínico. É preventivo no sentido que eliminando um transtorno evita que outros apareçam.
Para Kiguel, a prevenção trabalha com professores e em nível curativo (terapêutico) trabalha com alunos. Em ambos os casos tem os seguintes procedimentos:

  • Anamnese e análise do material escolar desde a pré-escola.

  • Contato com a escola.

  • Observação do desempenho em situação de aprendizagem.

  • Aplicação de testes específicos (quais????* ver no final deste post)

  • Solicitação de exames complementares (médico, psicológico, etc).

  • Com estes resultados levanta-se hipóteses identificando competências e dificuldades.
Principios norteadores da psicopedagogia:

  • Os processos cognitivos (atenção, memória, percepção) são determinados pelas condições de maturação neuropsiquica e orientados pela emoção (afeto, sentimentos).

  • Significação simbólica na aprendizagem.

  • Auto-aprendizagem.

  • A pessoa que ensina (professor) é o elemento mais incentivador da aprendizagem.
Limites da atuação do psicopedagogo:

  • O orientador educacional tem uma atuação geral, ajuda o aluno a encontrar uma melhor compreensão de si mesmo e desenvolver sua capacidade de tomar decisões.

  • O fonoaudiólogo ocupa-se da prevenção e reabilitação de distúrbios na aquisição e desenvolvimento da linguagem. Difere do psicopedagogo que dá enfase aos aspectos psicológicos e sociais dos problemas de aprendizagem.

  • O psicólogo escolar ocupa-se do aspecto emocional (psicopedagogo aspecto educacional).

  • Supervisor pedagógico tem atuação voltada para o corpo docente.

Atividade: Modos de atuação da psicopedagogia?

Bom, pesquisando em alguns lugares vi que o psicopedagogo utiliza testes como WISC, CAT, entre outros para fazer um diagnóstico individual. Nisto me veio uma preocupação: estes testes são exclusivos do psicólogo, a aquisição e aplicação está condicionada ao registro no CRP e os profissionais que tem formação em outras áreas sem ser a Psicologia???

Aula 2: A inserção nas Instituições

O conhecimento se dá através de "redes de saberes". A rede é um conjunto de nós interconectados, em cada ponto (nó) há um saber, assim a rede é aberta e capaz de expandir-se de forma ilimitada em todas as direções. A rede tem movimento onde todos os membros da sociedade são parceiros possíveis, contribuindo com seu conhecimento, essas contribuições não são estáticas, estão em permanente mudança. A rede também tem articulação e co-responsabilidade onde todas as pessoas que passam por nossa vida participam da construção da nossa rede. Assim o tecer dessa rede é uma prática social.

Assim, construímos nossos saberes nas relações sociais e essas relações se dão dentro de instituições. Desta forma, a Psicopedagogia pode atuar em qualquer tipo de Instituição onde seu papel é analisar os fatores que favorecem ou prejudicam uma boa aprendizagem.

Na escola, o Psicopedagogo pode evitar, ou tratar problemas de aprendizagem. Na ação preventiva dedica-se ao planejamento educacional e assessoramento pedagógico, realizando diagnóstico institucional e propostas operacionais pertinentes. Ele pode atuar preventivamente junto a professores:

  • Explicitando sobre o que é pré-requisito para as aprendizagens.

  • Participando da criação do currículo e ajudando a determinar as prioridades nos objetivos educacionais.

  • Elo entre os profissionais da escola, alunos, pais e comunidade.

Em um papel terapêutico ele trabalha de modo remediativo. Nesta linha ele pode atuar terapeuticamente de modo a:

  • Preparar o professor para atendimento pedagógico individualizado.

  • Auxiliar na compreensão de problemas, fazendo com que o professor veja alternativas de ação.

  • Participar do diagnóstico de distúrbios específicos de aprendizagem.

  • Atender pequenos grupos de alunos.

Atividade: Em que consiste o trabalho do Psicopedagogo na Escola?

Sobre essa questão temos uma limitação na  nossa atuação diante do curso que fazemos que é Psicopedagogia Institucional, isto quer dizer que não podemos atender clinicamente.
Antes de realizar a matrícula neste curso fiz algumas perguntas a respeito disto. Segundo a Associação Brasileira de Psicopedagogia um curso de Psicopedagogia deve ter estágio supervisionado, como o  nosso curso é uma modalidade à distância, fazer este tipo de estágio seria complicado, assim a formação possível num EAD é a Psicopedagogia Institucional.
Segundo uma pessoa responsável pelo curso da UNICID disse que por eu ter formação em Psicologia, eu já posso atuar clinicamente, então a especialização não iria limitar a minha atuação.
Bom, não sei qual o objetivo de vocês com este curso, mas como não temos professores ou outras pessoas com quem podemos conversar sobre isso, acho que é interessante pesquisar mais em outros sites e outras fontes para a forma de atuação do Psicopedagogo.

Acho interessante ler o que contém no site da ABPp:


Aula 1: O passado e o presente

A principio a educação acontecia no cotidiano, no contato com os mais velhos, a educação não era sistematizada, nem institucionalizada. Na Idade Moderna a ciência se fragmenta em diversas áreas e o homem não consegue ter todo o conhecimento existente. Com a industrialização chegou também a preocupação com a produtividade e com o que a atrapalhava. Neste contexto, surge a educação sistematizada, onde os jovens são separados de suas famílias para aprender um currículo comum com outros adultos em instituições especializadas. Estando os alunos aprendendo juntos, o mesmo currículo e com os mesmos professores, alguns não aprendiam com a mesma facilidade que outros.

A Psicopedagogia é uma ciência nova e está na confluência da Psicologia e Pedagogia. Ela ainda, não tem campo teórico próprio e utiliza conceitos destas ciências. Ainda há muitas dúvidas sobre seu real papel e sobre sua forma de atuação. Como os distúrbios de aprendizagem tem múltiplas causas, só podem ser tratados com interdisciplinaridade, desta forma o Psicopedagogo trabalhará sempre em conjunto com outros profissionais.

Pode-se definir o objeto de estudo da Psicopedagogia como os processos de aprendizagem e suas dificuldades.

No Brasil, a Psicopedagogia veio sobre influência da Argentina. Neste país a Psicopedagogia é influenciada pela Psicanálise e tem formação em graduação de 5 anos.


Atividade: Vantagens e desvantagens da formação adotada pelo Brasil (especialização)

Ao meu ver, o tipo de formação tem muito a ver com o reconhecimento da Psicopedagogia enquanto profissão, que no Brasil isto ainda não aconteceu.

Bom, sobre isso eu acho válido ler o que fala o Conselho de Psicologia:

http://www.crpsp.org.br/crp/midia/noticias/psicopedagogia.aspx

http://www.pol.org.br/pol/cms/pol/noticias/noticia_100201_001.html

Qual o verdadeiro papel do Psicopedagogo?

Li esta pergunta no forum e
Essa é a minha opinião sobre o assunto:


Por ser uma ciência muito nova, ela não tem campo de atuação bem definido, já que problemas de aprendizagem é visto no curso de pedagogia e outras licenciaturas capacitando o professor a lidar com estes problemas. O mesmo acontece no curso de Psicologia, que possui disciplinas que capacita o psicólogo a lidar com problemas de aprendizagem.


Assim a psicopedagogia parece estar meio sem lugar ainda. Visto que seu lugar é ocupado por outras profissões também. Tanto é que no Brasil a Psicopedagogia é uma especialização e não uma graduação.


Há muita coisa que pode ser feita na escola pela psicopedagogia, mas estas coisas podem também ser feitas por outros profissionais, cada um a seu modo.
Precisamos investir em pesquisas na área para delimitar melhor esse espaço.
É assim que penso até agora, não sei se no decorrer do curso essa visão irá mudar...

TCC

Bom... TCC por si só é sinônimo de dor de cabeça...

Mas o problema maior é ter que entregar um projeto ainda no inicio do curso.
Eu assumo, só consegui entregar no prazo, pois já tinha um tema na cabeça e uma idéia de como fazê-lo e hoje recebi a noticia de que foi aprovado, mas sem orientações sobre como desenvolvê-lo, apenas falando sobre a formatação....


Eu acho que o prazo estabelecido para a entrega do TCC não é correto, afinal ele deve ser entregue antes de iniciar a disciplina de Metodologia de Pesquisa. Esta certo que todos fizeram TCC na graduação e sub-entendesse que já saibam fazer pesquisa, mas mesmo assim, o conteúdo visto em Introdução à Psicopedagogia é muito pouco para já pensar em um tema e desenvolver um projeto.

Penso que para ser justo o TCC deveria ser entregue pelo menos depois da metade do curso, estaríamos mais preparados assim.